Pirataria

Sou um fora da lei. E gosto!
Gosto muito de fugir ao que está correcto.

Em criança semeava o caos e destruição no meu quarto, praticava violência com os mais novos da família e desafiava a autoridade – a minha mãe.
Fui crescendo e comecei a cagar-me para os horários de chegar a casa e até à escola. Por vezes até me baldava a uma ou outra aula em que ainda tivesse faltas para dar. ('Ca maluco!) Ía namorar ou beber uma ou duas imperiais para o café. (‘Ca tótil!)
Agora, já adulto e com barba rija, assumi-me finalmente como um Pirata! Graças ao E-mule e aos CD’s virgens prontos a serem gravados.
E gosto.
Aliás, tenho mesmo de o fazer, senão corro o risco de ser excluído da sociedade, pois quem não o faz?

Aquele anúncio de sensibilização que vemos no grande ecrã quando vamos ao cinema – “Blá, blá… Você não roubaria… blá, blá… Pirataria é crime.” Faz-me lembrar a catequese que nunca frequentei, ou os 10 mandamentos que nunca li.

Cada vez mais me assumo como um verdadeiro pirata, e prova disso é a "perna de pau" que tenho quando jogo futebol, a vontade que tenho de arrancar propositadamente um dente da frente, passar a usar pala no olho (nem que seja só no banho) e as doses industriais de gelados Perna de Pau que consumi neste verão.