Florzinhas de estufa

Com mais de 51% de abstenções no referendo de Domingo 11 de Fevereiro, acerca da Despenalização da Interrupção Voluntária da Gravidez, leva-me a crer que os quase cinco milhões de portugueses recenseados que não votaram, o fizeram devido ao mau tempo. Devido à chuva que caiu durante o dia de Domingo.
“Que azar!” – Terão dito alguns na soalheira e amena segunda-feira que se seguiu. – “Logo no Domingo é que tinha de chover. E hoje está um belo dia de sol, com uma temperatura bem agradável!”

As eleições de Verão têm de se debater com os dias de praia e férias. Durante o Inverno é o mau tempo que se torna um obstáculo: “O quê, eu? Ir votar com esta chuva?! Já chega ter de levar com ela no caminho do emprego durante a semana! Vou mas é passear ao centro comercial com o meu fato de treino que tenho desde 1990, e que ainda está novo porque não o comprei para fazer desporto mas sim para sair ao Domingo.”
E o resto da família terá concerteza o seu fato de treino e o seu par de ténis… apenas de Domingo.
Isto sim, é um Domingo de sonho para um comum português!

Parece que os portugueses são um pouco sensíveis ás condições meteorológicas no que toca a eleições. Fazem-me lembrar aqueles galos que há uns anos toda a gente tinha em casa, e que mudava as suas cores conforme a temperatura ou o grau de humidade do ar. Não sei é se há alguém que também muda de cor conforme o clima!
Acho melhor que não, a moda do fato-de-treino-e-ténis-de-Domingo já me desgosta o suficiente.

Que florzinhas de estufa que eles são!...

Plásticas

É engraçado e curioso o aspecto das pessoas que participam no tal programa da TVI (nem me lembro do nome!), em que os participantes se sujeitam a intervenções estéticas – operações plásticas.
Entre o “antes” e o “após” pode ver-se a diferença. Afinal é para isso que o programa serve. Mas mesmo que nem sequer houvessem intervenções cirúrgicas, a diferença seria notória, pois a produção do programa faz questão de mostrar as imagens antes do concorrente se tornar vitima, de forma a que a pessoa se pareça o mais possível com alguém capaz de figurar num cartaz de “Procura-se, vivo ou morto”, ou num álbum de família do monstro de Frankenstein! Para que depois das intervenções se besunte o concorrente com umas boas camadas bem aplicadas de tudo quanto é maquilhagem, de modo a que melhor se possa distinguir as diferenças entre o “antes” e o “depois”.
Vejam, antes era um zombie com cara de superfície lunar, profundas olheiras e com uma valente “camada” de Vodka aldrabado que a produção do programa pagou. Agora após a intervenção de 8 médicos, 4 treinadores, 5 instrutores, 3 artistas de circo e um curandeiro da Zâmbia, está com um aspecto perfeito e as medidas correctas! Apenas apresentando uma imagem de um personagem que fugiu de um museu de cera, e mais alguma espessura na pele da cara graças às 35 horas de maquilhagem!